segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Os Melhores do Ano: Top 20 [20º-11º] #2013

Muitos foram os filmes que estrearam nas salas nacionais ao longo de 2013. Em jeito de balanço, o Hoje Vi(vi) um Filme apresenta o seu top 20 (sempre tendo em conta a estreias no circuito comercial de cinema português) do que de melhor se fez no cinema.

Aqui ficam os meus eleitos, do 20º ao 11º lugares.


20. Os Nossos Filhos (À perdre la raison), de Joachim Lafosse, 2012

É incrível como Os Nossos Filhos nos consegue fazer sentir compaixão por alguém capaz dos actos mais condenáveis. É necessário entrar na intimidade de uma família para compreender emoções e sentimentos, e o desespero de uma mulher. Uma história chocante, surpreendente e brutal, contada muito subtilmente - afinal, onde está a verdadeira culpa?



19. Ernest & Celestine (Ernest et Célestine), de Stéphane Aubier, Vincent Patar e Benjamin Renner, 2012

Animação tradicional, como já é raro ver, e com os mais fortes valores bem vincados, Ernest & Celestine seduz pela simplicidade e beleza, numa história original de amizade entre um urso e uma rata. Já tinha saudades de um filme de animação assim.



18. Laurence Para Sempre (Laurence Anyways), de Xavier Dolan, 2012

Forte, sensível e muito feminino, Laurence Para Sempre é uma história de amor - próprio e pelo outro - contra todos os preconceitos, que se estende durante alguns anos. Com este surpreendente trabalho, podemos ter a certeza que Xavier Dolan é uma jovem promessa no mundo da realização a quem deveremos estar atentos.



17. O Conselheiro (The Counselor), de Ridley Scott, 2013

Ridley Scott aliou-se a Cormac McCarthy e a um elenco de peso, e contra todas as críticas negativas, o resultado é um filme poderoso com excelentes diálogos e personagens com tanto de interessante como de dúbio. Um filme de mensagem forte e pormenores - alguns deles premonitórios - que o tornam singular e onde nada é o que parece. O Conselheiro prima ainda pela componente técnica e banda sonora - uma das melhores do ano.



16. Vénus de Vison (La Vénus à la fourrure), de Roman Polanski, 2013

Com Vénus de Vison, Roman Polanski volta aos temas fortes onde o poder é o grande motor da acção. O pesadelo dos autores é incorporado por Emmanuelle Seigner que trará ao de cima toda a perversidade escondida numa peça de teatro e na mente de um encenador.



15. China - Um Toque de Pecado (Tian zhu ding), de Zhangke Jia, 2013

Um brutal retrato de uma China desconhecida e contemporânea. China - Um Toque de Pecado é uma desafiante reflexão sobre uma realidade dura, retratada através de quatro histórias.



14. A Caça (Jagten), de Thomas Vinterberg, 2012

A injustiça parte da personagem mais inesperada e de quem nunca alguém irá desconfiar. A Caça inverte os papéis a que todos estamos habituados e confronta-nos com a realidade menos usual: e se uma criança mentir relativamente a abusos sexuais?



13. Blue Jasmine, de Woody Allen, 2013

Woody Allen volta aos dramas profundos, bem ao seu jeito, mas parece estar a ter menos buzz do que o esperado. Blue Jasmine é um excelente mergulho neste mood tão "blue": o "blue" dos olhos de Blanchett - o motor da longa-metragem -, o "blue" do seu estado de espírito a passar por uma forte depressão. As emoções estão à flor da pele em Blue Jasmine que é capaz de fazer rir ou chorar numa fracção de segundos. Bem-vindo de volta, Woody Allen.



12. Raptadas (Prisoners), de Denis Villeneuve, 2013

Uma grande surpresa foi o que Denis Velleneuve trouxe ao cinema em 2013. Raptadas apodera-se de uma simplicidade aparente para criar uma história cheia de reviravoltas mas com o fio condutor mais bem construído dos últimos tempos, num ambiente sombrio e frio, onde o trabalho de fotografia é exemplar. É impossível prever o que se seguirá, mas no final, tudo bate certo e não haverá nem sequer uma ponta solta. Hugh Jackman encarna brilhantemente o desespero de um pai capaz de tudo para encontrar a sua filha.



11. Como um Trovão (The Place Beyond the Pines), de Derek Cianfrance, 2012

Histórias de família é uma vez mais a proposta de Derek Cianfrance. Com mais acção, e longe do que fez em Blue Valentine, mas sem deixar de lado o seu toque autoral, Como um Trovão traz consigo uma história sensível e cheia de amor, onde um filho irá carregar o legado de um pai de quem não guarda memória. A nostalgia e o amor incondicional voltam a dominar, e Cianfrance oferece-nos mais uma obra singular.

2 comentários:

Sam disse...

Óptimas escolhas — e ainda estou por descobrir o título que ocupa o 20º lugar — que fazem antever um interessante top 10 :)

Cumps cinéfilos :*

Inês Moreira Santos disse...

Obrigada, Sam. Recomendo então a visualização do número 20. :)

Cumprimentos cinéfilos :*