sábado, 7 de fevereiro de 2015

Crítica: Grand Budapest Hotel / The Grand Budapest Hotel (2014)

"Keep your hands off my lobby boy!"
M. Gustave
*7/10*

Fiel a si próprio e ao seu rigoroso estilo estético, Wes Anderson surpreende com a divertida e colorida comédia, Grand Budapest Hotel. Munido - como sempre - de um excelente elenco e de mais uma história mirabolante, o realizador apresenta-nos uma amizade improvável entre o paquete e o concierge de um hotel.

Grand Budapest Hotel narra então as aventuras de Gustave H (Ralph Fiennes), um lendário concierge de um famoso hotel europeu durante as duas guerras, e Zero Moustafa (Tony Revolori), o paquete que se torna seu amigo de confiança. A história envolve o roubo e a recuperação de uma preciosa pintura renascentista e a luta por uma enorme fortuna de família - tudo sob o cenário de um Continente que passa por inesperadas e dramáticas mudanças.


O argumento é inteligente e cheio de humor - apesar de um ou outro momento em que Wes teima na mesma piada até à exaustão -, e para o enriquecer ali estão as (muitas e) caricatas personagens. Entre o elenco encontramos nomes como Ralph Fiennes, F. Murray Abraham, Mathieu AmalricAdrien BrodyWillem DafoeHarvey KeitelJude LawBill MurrayEdward NortonTilda Swinton, entre muitos outros. E, aqui, o destaque mais óbvio recai no camaleónico Fiennes, que deslumbra num desempenho emblemático e quase inesperado. Extravagante e cheio de classe, ele é Gustave H, o nosso hilariante protagonista.

Mas é na componente mais técnica que Grand Budapest Hotel se distingue realmente. O rigor técnico predomina, onde domina a cor, um ambiente frenético, os planos geométricos, tudo minuciosamente estudado. A par da realização, a banda sonora, o guarda-roupa, a caracterização e a direcção artística são fundamentais na construção de uma odisseia de humor e excentricidade.

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