terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Crítica: O Caso Spotlight / Spotlight (2015)

"They knew and they let it happen! It could've been you, it could've been me, it could've been any of us."
Mike Rezendes
*7.5/10*

Quem não tem saudades de jornalismo de investigação "à séria"? E, já que não se pode pedir tanto, que tal um bom filme sobre jornalismo de investigação? O Caso Spotlight vem colmatar essa falha e apresentar-nos a investigação do jornal Boston Globe,  premiada com o Prémio Pulitzer.

Quando a pequena equipa de jornalistas denominada Spotlight investiga as alegações de abuso no seio da Igreja Católica, acaba por descobrir décadas de encobrimento aos mais altos níveis das instituições de Boston -  religiosas, legais, e mesmo do governo -, desencadeando uma onda de revelações por todo mundo.


O Caso Spotlight apodera-se desta história verídica e muito corajosa, colocando-a no grande ecrã com clareza e mestria. Tom McCarthy constrói um filme simples, mas bem estruturado e destemido, que segue, com um excelente ritmo, toda a investigação jornalística deste difícil caso. Jornalistas, vítimas, agressores, advogados, famílias, todos entram neste jogo perigoso que clamava silenciosamente por ser denunciado. O tema, só por si, podia ser arriscado, mas o realizador recorre aos métodos mais clássicos e conta a sua história sem percalços, sem ferir susceptibilidades.

No entanto, mais do que o argumento ou realização, os actores são um peça fundamental nesta longa-metragem. Michael Keaton, Mark Ruffalo (que veste a pele ao luso-descendente Michael Rezendes), Rachel McAdams, Liev Schrieber, John Slattery e Stanley Tucci são alguns dos nomes que dão nas vistas neste filme. O principal destaque nas interpretações vai para o trio Keaton, Ruffalo e McAdams. O primeiro é destemido e tem mais uma prestação merecedora de elogios, bem diferente da sua personagem em Birdman. Aqui, é um homem com os pés bem assentes na terra, que encara a profissão de jornalista com uma seriedade de que se sente falta. Ruffalo, por sua vez, tem possivelmente o desempenho mais forte do filme (até a postura e forma de se movimentar estão diferentes), na pele do jornalista luso-descendente, emocional, corajoso, persistente, sem papas na língua e verdadeiramente incomodado com o caso que investiga. Rachel McAdams encarna a mulher desta pequena equipa. Uma jornalista muito dedicada, sensível e perspicaz.


O Caso Spotlight não será certamente um filme especialmente marcante, mas é um excelente regresso aos filmes de jornalistas, dos bons. O realizador trouxe para o cinema uma das grandes investigações jornalísticas dos últimos tempos e conta-a ao mundo. Simples e eficaz, o filme de Tom McCarthy faz o que os jornalistas têm por regra fazer: contar um "estória" - com clareza e dedicação.

1 comentário:

Roberto Moreno disse...

Que tal um Spotlight, no “Jornalismo” português, com destaque à Agência Lusa e a rádio Renascença? - O País e o mundo agradecem. - Por exemplo: no dia 18 de Abril de 2011, às 12h. o Sr. FRANCISCO SARSFIELD CABRAL, recebeu Roberto Moreno, presidente da Fundação Geolíngua, o qual foi-lhe apresentado o projeto ENDOECONOMIA (ver no Google esta palavra) no âmbito de uma Globalização mais justa e autossustentável e o Caso Fundação Geolíngua. - Foi solicitado, ao “jornalista” Francisco, a sua opinião e, se possível, uma reportagem sobre o tema. - Nunca obtive resposta sobre a proposta que lhe foi feita, ao vivo, por e-mail e documentado, sobre a participação da Renascença nos projetos e Casos - Endoeconomia e Fundação Geolíngua. - Meses após, ao solicitar-lhe uma resposta, o “jornalista” disse-me que tinha remetido estes assuntos a um outro jornalista, ... e assim por diante ... até os dias de hoje. - Entretanto, continuo à disposição da Renascença, e não só, para lhes narrar todo o conteúdo da reunião, tida com o Sr. Francisco Cabral. - Quem sabe é desta, visto que o filme Spotlight ganhou o Óscar. - Oremos!! - Cá está o link da Endoeconomia

- https://www.academia.edu/4259082/ENDOECONOMIA_-_um_novo_conceito_