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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Os Melhores do Ano: Top 20 [20º-11º] #2016

Demorou, mas chegou. Em jeito de balanço de 2016, o Hoje Vi(vi) um Filme apresenta, como sempre, o seu top 20 (sempre tendo em conta a estreias no circuito comercial de cinema em Portugal ao longo do ano) do que de melhor se fez no cinema.

Aqui ficam os meus eleitos, do 20º ao 11º lugares.

20. Snowden, de Oliver Stone, 2016


Oliver Stone regressa com as suas teorias da conspiração. Snowden é um filme simples, mas que entusiasma até ao final. O bom trabalho de montagem e a excelente adaptação da realidade à ficção contribuem para o resultado positivo e viciante.

19. Deadpool, de Tim Miller, 2016


Nunca um filme de super-heróis me cativou tanto e me fez dar gargalhadas sem fim. Só mesmo Deadpool e Ryan Reynolds, naquela que terá sido, certamente, a melhor interpretação da sua carreira. A auto-paródia, o humor mordaz e sem preconceitos superam o baixo orçamento do filme. E é aí que ele vence todos os outros super-heróis da moda. Deadpool é o super-anti-herói, Tim Miller é o super-realizador de filmes da Marvel em quem ninguém aposta e Ryan Reynolds descobriu aqui a sua vocação.



Estreante na realização, Brady Corbet recuou ao pós-primeira guerra e construiu um universo gelado de sentimentos, no meio das negociações do Tratado de Versalhes. Uma criança é o centro das atenções - das nossas, não tanto das dos pais -, e a sua educação é o que mais está em jogo.



Um filme cruel e realista, que coloca os nossos valores num dilema, entre a justiça da lei e a injustiça dos bancos, entre a polícia a cumprir o seu dever e os assaltantes a lutar pelo que é da sua família. O conservadorismo de Marcus em conflito com o desespero de Toby e Tanner, numa espécie de "olho por olho". O título, em português Custe o Que Custar, é válido para os dois lados da barricada - tudo pela justiça.



American Honey vive na doce rebeldia da sua protagonista. Balança entre a juventude perdida, nómada e fora da norma, e os sonhos. Entramos numa road trip pela América profunda conduzida pela realizadora Andrea Arnold e deixamo-nos levar.



Num desafio trágico-cómico, Jaco Van Dormael questiona Deus e tudo o que sabemos sobre Antigo e Novo Testamento, arriscando-se ele mesmo a escrever o Novíssimo Testamento (tradução literal do título original, Le Tout Nouveau Testament). No meio de acontecimentos hilariantes - para alguns até demais -, brinca-se com milagres, com a sagrada família, com a religião como a conhecemos, mas sem ofender ninguém.



Sempre com o medo do desconhecido a pairar, O Primeiro Encontro é uma boa surpresa na ficção científica, com opções técnicas e narrativas plausíveis e bem fundamentadas. Tudo o que vemos é credível e talvez pudesse mesmo acontecer assim. Para além do natural receio, o filme cultiva também na plateia sentimentos de admiração e proximidade para com os visitantes de outro planeta. O Primeiro Encontro é um filme sobre a humanidade e a falta de compreensão entre humanos - e extra-terrestres.



Duas mulheres de fibra, numa sociedade cruel, constroem o delicado e amargo Carol, com Todd Haynes ao comando. A câmara, o ambiente e as protagonistas unem-se numa viagem de emoções, onde os olhares sussurram juras de amor.



The Revenant - O Renascido é uma experiência inebriante e cruel para o espectador. Um filme pesado, onde o instinto de sobrevivência é alimentado pelo desejo de vingança, numa jornada violenta e visceral. Desta vez, Iñárritu exibe-se mas com brilhantismo e proporciona aos actores um desafio como poucos.



Tradição e fantasia, rebeldia e um fabuloso sentido estético, eis a fórmula de O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues. O auge cinematográfico do realizador português é uma surpresa bucólica, onde nos perdemos e reencontramos. A descoberta e transformação de Fernando são directamente proporcionais às sensações que O Ornitólogo irá despertar no público. Um filme para descobrir sem medo da aventura.

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